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Nomes da história intercultural em contextos euro-brasileiros
GEORG HEINRICH GRAF VON LANGSDORFF (1774-1852) (1984) História das relações científico-culturais teuto-russo-brasileiras
Forum BRASIL-EUROPA de Leichlingen (1984) Org. A.A.Bispo Série preparatória da Semana Áustria-Alemanha
[Excertos]
Antonio Alexandre Bispo
O presente texto, já antigo, oferece excertos de uma palestra realizada em 1984 no âmbito do Forum Brasil-Europa de Leichlingen, Alemanha. É aqui publicada em português com o objetivo de documentar os trabalhos realizados no âmbito da Academia Brasil-Europa e institutos integrados. Não reflete o estado atual dos conhecimentos, uma vez que os trabalhos tiveram continuidade. O seu objetivo foi preparar a Semana Alemanha-Áustria realizada pela Escola de Música e pelo Departamento de Cultura da Municipalidade de Leichlingen. Por esse motivo, aspectos etnomusicológicos estiveram no centro das atenções. Algumas datas do desenvolvimento de estudos relacionados com Graf Langsdorff no âmbito da A.B.E.: 1992. II° Congresso Brasileiro de Musicologia. Preparação de Pesquisas no Brasil-Central e no Amazonas 1998. Música no Encontro de Culturas. Universidade de Colonia. Conferência e exposição na Academia Brasil-Europa 2002. Colóquio "Europa e o universo sonoro dos índios". A.B.E. e Universidade de Colonia 2004. Sessão do Guarujá do Congresso de Estudos Euro-Brasileiros: Documentos russos de interesse histórico-cultural para o Brasil. Dir. Baronesa Esther d'Almeida Karwinsky Indicações bibliográficas (sumárias): Langsdorff, G. I. Memória sobre o Brasil para servir de guia àqueles que nele se desejam estabelecer. Trad. A.M. de Sampaio. Rio de Janeiro, 1827 Florence, Hercules. "Esboço da viagem feita pelo Sr. de Langsdorff no interior do Brasil, desde Setembro de 1825 até Março de 1829". Trad. A. d'Escragnolle Taunay. Revista Tr. do Instituto Historico, Geographico e Ethnographico do Brasil XXXVIII (1875), Parte Primeira: 355-469; XXXVIII, Parte Segunda (1875): 231-301; XXXIX (1876), Parte Segunda: 157-182. Ihering, H. "Von Natterer e Langsdorff. Exploradores antigos do Estado de São Paulo". Revista do Museu Paulista 5(1902), 13-34 Florence, Hercules. "De Porto Feliz a Cuyabá (1826-1827). Diário de viagem de um naturalista da expedição do Barão de Langsdorff." Trad. A. d'Escragnolle Taunay. Revista do Museu Paulista 26 (1929), 883-991. Manizer, G.G. A expedição do acadêmico G. I. Langsdorff ao Brasil. São Paulo: Editora Nacional 1967 A expedição científica de G. I. Langesdorff ao Brasil 1821-1829: Catálogo completo do material existente nos arquivos da União Soviética. Org. D. E. Bertels, B. N. Komissarov, T. I. Licenko, coord. L.A.Chur. Brasília: Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional: Fundação Nacional Pró-Memória 1981. Bispo, A. A. "Deutsch-russische Erforschung Mato Grossos und der Madeira-Region". Die Musikkulturen der Indianer Brasiliens: Stand und Aufgaben der Forschung IV: Zur Geschichte der Forschung. Anuário Musices Aptatio 2000/1. Roma/Siegburg 2001, 224-226 Georg Heinrich Graf von Langsdorff (Wöllstein, Hessen 1774- Freiburg 1852) estudou medicina em Göttingen, doutorando-se em 1797. A Universidade de Göttingen era, desde fins do século XVIII, importante centro de irradiação de conhecimentos científicos e antropológicos, desempenhando significativa influência nas viagens de descobrimentos e pesquisas do século XIX. Entre os eruditos que ali atuavam cita-se o antropólogo Johann Blumenbach (H. Pflischke, Johann Friedrich Blumenbachs Einfluss auf die Entdeckungsreisenden seiner Zeit, Göttingen 1937). Como médico da corte do príncipe Christian August von Waldeck, G. H. von Langsdorff acompanhou este príncipe a Portugal, onde era comandante militar. Ali aprendeu o português e teve a oportunidade de familiarizar-se com a cultura portuguesa. Também viveu na Espanha, em 1801/1802. Mantinha correspondência com cientistas franceses, entre outros com E. G. Saint-Hilaire e A. M. Constant Dumériel, assim como com o físico russo L.I. Kraft. Em 1803, foi nomeado membro da Academia de Ciências da Rússia no Exterior. Quando soube da preparação de uma expedição científica russa por ordem de Alexandre I para dar a volta ao mundo, conseguiu ser nela incluido, partindo de Kopenhagen, em 1803. Langsdorff procurou aproveitar todas as ocasiões para realizar observações das mais variadas. Já em 1804 descrevia impressões que tivera da ilha de Santa Catarina ("Fernere Reisenachrichten von Hrrn. D. Langsdorff von der Insel St. Catarina an der Küste von Brasilien, den 15. Januar 1804", Magazin für den neuesten Zustand der Naturkunde 9, Weimar 1805, 220-23. Nesse mesmo ano de 1804, foi enviado ao Japão em malograda missão diplomática. Posteriormente, em 1805, como naturalista, realizou viagem aos domínios da "Companhia da Rússia Americana", às ilhas Aleutas e ao Noroeste da América do Norte. Ali dedicou-se ao estudo da cultura dos Coloches. Em 1806, na Califórnia, coletou dados a respeito da vida dos índios nas missões franciscanas. Ao lado de publicações botânicas, preparou o lançamento de sua descrição da viagem que realizara em torno do mundo. Em 1812, após ter sido escolhido como membro extraordinario da Academia de Ciências de S. Petersburgo, foi nomeado consul-geral no Rio de Janeiro. Tinha o encargo de auxiliar os mercadores russos e providenciar abastecimento para os navios da Companhia Russo-Americana. Tendo adquirido uma fazenda na região do Rio de Janeiro, Langsdorff passou a interessar-se pelos problemas da imigração ao Brasil. Trabalhou em museus e bibliotecas do Rio de Janeiro e enviou à Academia de Ciências de Petersburgo materiais sobre índios e informações a respeito do trabalho de outros viajantes. Em 1816, realizou uma viagem pela província de Minas Gerais (Ouro Preto, Sabará, São João del-Rei, Congonhas e outras cidades). O seu grande plano foi o de organizar uma expedição científica russa no Brasil. Em 1821, na Rússia, salientou às autoridades o grande número de cientistas europeus que trabalhavam no Brasil e ressaltou a importância de que a Rússia não ficasse atrás das outras potências nesse interesse por um país de tantas riquezas naturais. Da expedição participaram, entre outros Jean Moris Eduard Ménétriès, o pintor Johann Moritz Rugendas e Georg Wilhelm Freyreiss. Pelo seu equipamento e pelo número de participantes, a expedição despertou grande interesse em meios europeus e brasileiros. Em 1822, a expedição percorreu áreas do Rio de Janeiro, estudando a colonização suíça em Nova Friburgo, fundada em 1819. Em 1824, Langsdorff iniciou uma grande viagem à Província de Minas Gerais. Visitou aldeias de indígenas de várias nações, entre êles grupos Coroado, Coporó e Puris, coletando abundante material. A seguir, preparou uma expedição a São Paulo, juntamente, entre outros, com os pintores Amadei Adrian Taunay, Hercules Florence, e o médico Christian Hasse. Em 1826, realizou coleta de materiais junto a indígenas Coroados de Castro. A seguir, Langsdorff percorreu o Mato Grosso, regiões fronteiriças com a Bolívia, realizando pesquisas no Alto Paraguai e no Guaporé. Desceu depois ao Amazonas pelos afluentes do Tapajós e visitou aldeias do povo Bororo, considerado então como extinto. No Amazonas, entrou em contacto com a tribo Mundurucu, visitando aldeias desses índios e da tribo Maué, já então em contacto com a população branca. Em 1828, observou a cultura do grupo Caripuna na região do Madeira-Guaporé. Assim, pela primeira vez, realizou uma pequisa abrangente do planalto brasileiro, pois atravessou os altos dos rios Paraná, Paraguai e Tapajós. Digno de menção é a atenção que Langsdorff demonstrava por questões práticas. Observando a vida circundante, procurava tirar conclusões e propor medidas para a melhoria das condições de vida dos habitantes locais. Sobretudo por esse interesse em tirar resultados práticos de suas pesquisas, a obra de Langsdorff necessitaria ser analisada mais pormenorizadamente. Entretanto, o arquivo da expedição foi perdido nos anos 30 do seculo XIX, logo após a chegada em S. Petersburgo. Os documentos começaram a ser estudados a partir de fins do século XIX. As coleções, porém, não foram ainda alvo de pesquisas aprofundadas. G. I. Langsdorff deixou manuscritos com resultados coletados e observações. No campo da etnografia, cita-se um rascunho com registros concernentes aos índios Caiapó, de 1826, notas sobre índios do Pará, de 1827/28, e observações concernentes à Fazenda de Camapuã, de 1826. G. I. Langsdorff procurou também informar-se de trabalhos já realizados, tendo estudado, entre outros, os documentos relativos à Próvincia de Mato Grosso, de 1827, as "Notícias sobre os índios", contendo "Descripção relativas as nações indígenas que habitão dentro do Destricto diamantino e seus sertões", escrito por Antonio José Ramos e Costa, em Diamantino, a 16 de março der 1827; as "Notícias sobre duas nações habitantes dentro do districto de Va Maria", escrito por João Pereira Leite, em Jacobina, a 20 de fevereiro de 1827, as "Memorias relativas aos Indios Barbaros que habitam na fronteira do Paraguai; e nos limites do Imperio, com quem os Brasileiros tem algumas relações commerciaes"(Mandadas tirar pelo Illmo e Exmo Sr. Joze Saturnino da Costa pera Presidte deste Prova), escrito pelo capitão José Craveiro de Sá, em Cuiabá, a 20 de fevereiro de 1827, e a "Relação das diversas Nações de Indias, que habitavam a Provincia de Matto Grosso".
O presente texto, já antigo, oferece excertos de uma palestra realizada em 1984 no âmbito do Forum Brasil-Europa de Leichlingen, Alemanha. É aqui publicada em português com o objetivo de documentar os trabalhos realizados no âmbito da Academia Brasil-Europa e institutos integrados. Não reflete o estado atual dos conhecimentos, uma vez que os trabalhos tiveram continuidade. O seu objetivo foi preparar a Semana Alemanha-Áustria realizada pela Escola de Música e pelo Departamento de Cultura da Municipalidade de Leichlingen. Por esse motivo, aspectos etnomusicológicos estiveram no centro das atenções. Algumas datas do desenvolvimento de estudos relacionados com Graf Langsdorff no âmbito da A.B.E.: 1992. II° Congresso Brasileiro de Musicologia. Preparação de Pesquisas no Brasil-Central e no Amazonas
1998. Música no Encontro de Culturas. Universidade de Colonia. Conferência e exposição na Academia Brasil-Europa
2002. Colóquio "Europa e o universo sonoro dos índios". A.B.E. e Universidade de Colonia
2004. Sessão do Guarujá do Congresso de Estudos Euro-Brasileiros: Documentos russos de interesse histórico-cultural para o Brasil. Dir. Baronesa Esther d'Almeida Karwinsky
Indicações bibliográficas (sumárias):
Langsdorff, G. I. Memória sobre o Brasil para servir de guia àqueles que nele se desejam estabelecer. Trad. A.M. de Sampaio. Rio de Janeiro, 1827
Florence, Hercules. "Esboço da viagem feita pelo Sr. de Langsdorff no interior do Brasil, desde Setembro de 1825 até Março de 1829". Trad. A. d'Escragnolle Taunay. Revista Tr. do Instituto Historico, Geographico e Ethnographico do Brasil XXXVIII (1875), Parte Primeira: 355-469; XXXVIII, Parte Segunda (1875): 231-301; XXXIX (1876), Parte Segunda: 157-182.
Ihering, H. "Von Natterer e Langsdorff. Exploradores antigos do Estado de São Paulo". Revista do Museu Paulista 5(1902), 13-34
Florence, Hercules. "De Porto Feliz a Cuyabá (1826-1827). Diário de viagem de um naturalista da expedição do Barão de Langsdorff." Trad. A. d'Escragnolle Taunay. Revista do Museu Paulista 26 (1929), 883-991.
Manizer, G.G. A expedição do acadêmico G. I. Langsdorff ao Brasil. São Paulo: Editora Nacional 1967
A expedição científica de G. I. Langesdorff ao Brasil 1821-1829: Catálogo completo do material existente nos arquivos da União Soviética. Org. D. E. Bertels, B. N. Komissarov, T. I. Licenko, coord. L.A.Chur. Brasília: Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional: Fundação Nacional Pró-Memória 1981.
Bispo, A. A. "Deutsch-russische Erforschung Mato Grossos und der Madeira-Region". Die Musikkulturen der Indianer Brasiliens: Stand und Aufgaben der Forschung IV: Zur Geschichte der Forschung. Anuário Musices Aptatio 2000/1. Roma/Siegburg 2001, 224-226
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O texto aqui publicado é apenas um das várias centenas de artigos colocados à disposição pela Organização Brasil-Europa na Internet. O sentido desses textos apenas pode ser entendido sob o pano de fundo do escopo da entidade. Pedimos ao leitor, assim, que se oriente segundo a estrutura da organização, visitando a página principal, de onde obterá uma visão geral: http://www.brasil-europa.eu Dessa página, o leitor poderá alcançar os demais ítens vinculados. Para os trabalhos recentes e em andamento, recomenda-se que se oriente segundo o índice da revista da organização: http://www.revista.brasil-europa.eu Salientamos que a Organização Brasil-Europa é exclusivamente de natureza científica, dedicada a estudos teóricos de processos interculturais e a estudos culturais nas relações internacionais. É a primeira do gênero, pioneira no seu escopo, independente, não-governamental, sem elos políticos ou religiosos, não vinculada a nenhuma fundação de partido político europeu ou brasileiro, supra-universitária e originada de iniciativa brasileira. Foi registrada em 1968, sendo continuamente atualizada. Não deve ser confundida com outras instituições, publicações, iniciativas de fundações ou outras páginas da Internet que passaram a utilizar-se de denominações similares. Prezado leitor: apoie-nos neste trabalho que é realizado sem interesse financeiro por brasileiros e amigos do Brasil! Torne-se um dos muitos milhares que nos últimos anos visitaram frequentemente as nossas páginas. Entre em contato conosco e participe de nossos trabalhos: contato
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