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Nomes da história intercultural em contextos euro-brasileiros
Frederico José de Santa-Anna Nery (1848-1901) Barão de Santa-Anna Nery
Antonio Alexandre Bispo
Nasceu em Belém do Pará, em 1848. Realizou seus primeiros estudos em Belém, sendo marcado na sua formação pela intensa vida religiosa da cidade. Foi influenciado e apoiado por D. Antonio de Macedo Costa, bispo do Pará. Fêz estudos no Seminário de Manaus e, a partir de 1862, em S. Sulpice, em Paris. Em 1867, formou-se em letras, seguindo para Roma no ano seguinte. Doutorou-se em Direito, em Roma, em 1870. Assumiu a redação da revista católica La Esperanza. Em 1871, publicou, em Florença, o livre Les Finances Pontificales. Em 1872, separou-se dos "velhos católicos", do círculo de J. Loyson. No mesmo ano, publicou o livro La Logique du coeur, traduzido em várias línguas. Em 1873, lançou, em Roma, o Le Prisonnier du Vatican.
A partir de 1874, viveu em Paris. Manteve estreitos contactos com o Brasil, como colaborador do Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro. Em 1875, publicou Un Poète du XIX siècle: Gonçalves Dias, contribuindo grandemente para a difusão da literatura brasileira na Europa. Iniciou intensa atividade de divulgação cultural do Brasil e da língua portuguesa no contexto das comemorações do Tricentenário de Camões. Publicou, em 1879, o livro Camões et son siècle. Foi um dos fundadores da Associação Literária Internacional, representando-a como vice-presidente em congresso internacional em Londres. Em 1880, publicou Lettre sur le Brésil: réponse au Times, e pronunciou discurso na sessão inaugural do Congresso Literário Internacional de Paris. Em 1881, lançou a publicação mensal Le Brésil. Já integrado e reconhecido nos meios literários da França, atuou na publicação do Almanak Parisienne. Em 1883, após viagens ao Brasil, publicou, em Paris, La question du café e La Bataille du Riachuelo. Em 1884, publicou La Civilisation dans Amazones. Fundou a Sociedade Internacional de Estudos Brasileiros, organização renovada atualmente pela Academia Brasil-Europa, e a Revue du Monde Latin. No ano seguinte, dedicou-se, no Pará, à fundação de uma sociedade paraense de imigração. Em Paris, nesse ano de 1885, publicou a primeira edição de Le Pays des Amazones (Paris: L. Finzine), obra que conheceu versões em outras línguas e marcou profundamente a imagem do Amazonas na Europa na passagem do século (Il paese delle Amazzoni, Genova 1900; The Land of the Amazon, Londres 1901). A obra, inserida na série Bibliothèque des Deux-Mondes,ornada de 101 ilustrações e de 2 mapas, com um retrato do autor gravado em água-forte por Robert Kemp, com introduções do Barão de Hübner e de Émili Levasseur, foi financiada por meio de subscrição da Assembléia Legislativa do Amazonas. Dedicou-se ao fomento da emigração européia ao Pará. Em 1887, proferiu discurso sobre o povoamento da Amazônia na Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro. No ano seguinte, foi um dos membros fundadores da Sociedade de Tradições Populares, em Paris. Vários trabalhos seus foram publicados em 1889, devendo-se salientar o Le Brésil en 1889, para a Exposição Universal de Paris, e o Folk-lore brésilien (Paris: Didier, Perrin), o tratado inaugural dos estudos de folclore brasileiro na Europa.
Pelas suas atividades como leal ao sistema constitucional após o golpe militar que levou à proclamação da República no Brasil (1889) foi preso (1897) e desterrado para a ilha Fernando de Noronha, em 1898. As suas experiências as descreveu em De Paris a Fernando de Noronha, publicado em Lisboa, em 1897. Em 1900, escreveu a Bibliografia Scientifica sobre o Amazonas, introdução ao álbum O Pará em 1900, comemorativo dos 400 anos do Brasil.
[Excertos de trabalhos da A.B.E.]
F. -J. de Santa-Anna Nery (1848-1901)
Estudos culturais amazônicos e estudos culturais brasileiros na Europa no século XIX
1976, Encontro "Europeus no Amazonas", Paris. Apresentado em trabalhos desenvolvidos no Vaticano Texto simplificado para a discussão durante o primeiro Forum BRASIL-EUROPA de Leichlingen, 1982, organizado por A.A.Bispo e realizado sob o patrocínio da Embaixada do Brasil na Alemanha
Principais datas dos estudos dedicados a F. -J. de Santa-Anna Nery no âmbito da A.B.E. 1976. 75 de falecimento. Jornadas de estudos Brasil-França, Paris. Início do programa "Europeus no Amazonas" sob a direção de A.A.Bispo. Apresentado no âmbito de trabalhos realizados no Vaticano, Museu de Etnologia. 1981. 80 anos de falecimento. Museu do Índio, Manaus e I° Simpósio Música Sacra e Cultura Brasileira, S. Paulo e Petrópolis 1982. I° Forum Brasil-Europa, Leichlingen 1984. 100 anos da fundação da Sociedade de Estudos Brasileiros e da Revista Mundo Latino. Abadia de Royaumont 1989. 100 anos de Le Folklore brésilien. I° Colóquio de estudos euro-brasileiros. Bonn e Colonia 1998. 150 anos de nascimento. Música no Encontro de Culturas. Universidade de Colonia 2001. 100 anos de falecimento. Triênio de estudos euro-brasileiros pelos 500 anos do Brasil. A.B.E. Indicações bibliográficas: F.-J. de Santa-Anna Nery. Le Pays des Amazones. L'El-Dorado. Les Terres a Caoutchouc par (...). Paris: Bibliothèque des Deux-Mondes: L. Frinzine et Cie, 1885 F.-J. de Santa-Anna Nery. Folk-Lore Brésilien. Poèsie populaire. - Contes et légendes - Fables et mythes. - Poésie, musique, danses et croyances des indiens. Accompagné de douze morceaux de musique. Préface du Prince Roland Bonaparte. Paris: Librairie académique Didier, Perrin, 1889 F.-J. de Santa-Anna Nery. Folclore brasileiro: poesia popular - contos e lendas - fábulas e mitos - poesia, música, danças e crenças dos índios (...). Tradução, apresentação, cronologia e notas adicionais de Vicente Salles, 2a. ed. Recife: FUNDAJ, Massangana, 1992 Bittencourt, Agnello. Dicionário amazonense de biografias. Vultos do passado. Rio de Janeiro: Conquista, 1973 Borges, Ricardo. Vultos notáveis do Pará. Belém: CEC, 1980 Bispo, Antonio Alexandre. "Katholische Restauration und Musikkultur der Indianer Amazoniens". Die Musikkulturen der Indianer Brasiliens: Stand und Aufgaben der Forschung IV. Zur Geschichte der Forschung. Anuário Musices Aptatio 2000/1, Roma/Siegburg 2001, 277-286 Antonio Alexandre Bispo
Principais datas dos estudos dedicados a F. -J. de Santa-Anna Nery no âmbito da A.B.E. 1976. 75 de falecimento. Jornadas de estudos Brasil-França, Paris. Início do programa "Europeus no Amazonas" sob a direção de A.A.Bispo. Apresentado no âmbito de trabalhos realizados no Vaticano, Museu de Etnologia. 1981. 80 anos de falecimento. Museu do Índio, Manaus e I° Simpósio Música Sacra e Cultura Brasileira, S. Paulo e Petrópolis 1982. I° Forum Brasil-Europa, Leichlingen
1984. 100 anos da fundação da Sociedade de Estudos Brasileiros e da Revista Mundo Latino. Abadia de Royaumont 1989. 100 anos de Le Folklore brésilien. I° Colóquio de estudos euro-brasileiros. Bonn e Colonia
1998. 150 anos de nascimento. Música no Encontro de Culturas. Universidade de Colonia
2001. 100 anos de falecimento. Triênio de estudos euro-brasileiros pelos 500 anos do Brasil. A.B.E. Indicações bibliográficas:
F.-J. de Santa-Anna Nery. Le Pays des Amazones. L'El-Dorado. Les Terres a Caoutchouc par (...). Paris: Bibliothèque des Deux-Mondes: L. Frinzine et Cie, 1885 F.-J. de Santa-Anna Nery. Folk-Lore Brésilien. Poèsie populaire. - Contes et légendes - Fables et mythes. - Poésie, musique, danses et croyances des indiens. Accompagné de douze morceaux de musique. Préface du Prince Roland Bonaparte. Paris: Librairie académique Didier, Perrin, 1889
F.-J. de Santa-Anna Nery. Folclore brasileiro: poesia popular - contos e lendas - fábulas e mitos - poesia, música, danças e crenças dos índios (...). Tradução, apresentação, cronologia e notas adicionais de Vicente Salles, 2a. ed. Recife: FUNDAJ, Massangana, 1992 Bittencourt, Agnello. Dicionário amazonense de biografias. Vultos do passado. Rio de Janeiro: Conquista, 1973 Borges, Ricardo. Vultos notáveis do Pará. Belém: CEC, 1980
Bispo, Antonio Alexandre. "Katholische Restauration und Musikkultur der Indianer Amazoniens". Die Musikkulturen der Indianer Brasiliens: Stand und Aufgaben der Forschung IV. Zur Geschichte der Forschung. Anuário Musices Aptatio 2000/1, Roma/Siegburg 2001, 277-286
Entre as obras insuficientemente consideradas da bibliografia de relevância científico-cultural e musicológica do século XIX referentes ao Brasil encontram-se as do paraense Frederico José de Santa-Anna Nery (1848-1901). Aspirante ao sacerdócio, com boa formação musical, após ter passado anos de infância em Belém e realizado os seus primeiros estudos no Seminário de Manaus, partiu para a Europa, em 1862, com o objetivo de concluir os seus estudos nos principais centros religiosos e culturais do Velho Mundo. Na época de ardor restaurativo do Catolicismo, que tinha no Bispo do Pará, D. Antonio de Macedo Costa, ex-aluno de Saint-Sulpice em Paris e da Academia de S. Apolinário de Roma, um dos seus principais representantes no Brasil, a Igreja procurava criar uma nova geração de sacerdotes de acordo com o espírito reformador que impregnava alguns seminários europeus, entre eles o de Saint-Sulpice. Embora F.-J. de Santa-Anna Nery não fosse ordenado, muito se empenhou no movimento católico da época do Syllabus e do Concílio Vaticano I. Doutorou-se em Direito pela Universidade de Roma, em 1870; foi redator da revista católica La Esperanza, afastando-se, em 1872, dos círculos influenciados pelo Père Hyacinthe Loyson (1827-1912), de Saint-Sulpice, Professor de Filosofia e Dogmática. Separando-se publicamente dos "velhos católicos", expôs as suas convicções no livro La Logique du coeur, publicado no mesmo ano de 1872 e traduzido em várias línguas. Após ter escrito Le Prisonnier du Vatican (1873) e Les Finances Pontificales, a Santa Sé outorgou-lhe o título de barão. A partir de 1874, tendo-se estabelecido em Paris, F.-J. de Santa-Anna Nery tornou-se um dos principais divulgadores da cultura brasileira e defensores das causas do Brasil na Europa. As suas concepções e a sua imagem do Brasil foram, naturalmente, profundamente influenciadas pelas tendências e correntes do meio intelectual e científico francês. Sobretudo o desenvolvimento que então experimentava o estudo das tradições populares e do folclore, assim como o grande interesse dos europeus pelos indígenas americanos levaram-no a ver o seu país natal com outros olhos. Exerceu, por sua vez, considerável influência no desenvolvimento dos estudos das tradições populares na França, tais como deenvolvidos por P. Sébillot, sendo pioneiro sob determinados aspectos. A literatura do Brasil, em especial aquela de cunho indigenista, passou a ter em Santa-Anna Nery um grande propagador através de publicações e conferências em instituições e congressos internacionais. Assim, em 1875, publicou em Paris a antologia Un Poète du XIX siècle: Gonçalves Dias, a 7 de setembro de 1881, lançou a revista Le Brésil e, em 1884, fundou a Sociedade Internacional de Estudos Brasileiros e o periódico Revue du Monde Latin. A Academia Brasil-Europa, a partir de encontro realizado em Paris, em 1976, dedica-se ao prosseguimento desses ideais.
(...)
Catequese indígena e restauração católica
Santa-Anna Nery, que tinha seguido de perto as discussões relativas à missão e à catequese no mundo não-europeu na época do Concílio Vaticano I, permaneceu em contacto com missionários que atuavam no Brasil. Em 1882, prefaciou o relato de viagens de título Le Pays du café, do Pe. T. Durand, um missionário francês que trabalhou na Amazônia. Passou a colecionar outros escritos desse missionário, publicando-os mais tarde em forma de coletânea (Aux États Unis du Brésil, 1898). Digno de nota é o fato de Santa-Anna Nery ter deixado registrado um singular projeto de catequese indígena desenvolvido pelo movimento de restauração católica da Amazônia. Em 21 de março de 1883, em conferência proferida no palácio da Assembléia Provincial do Amazonas, D. Macedo Costa expôs o seu plano de construção de um navio apostólico para a ação pastoral e missionária fluvial da região. Denominado de "Christophoro", esse navio seria um templo flutuante, artisticamente construído por especialistas europeus e que percorreria o Amazonas com um grupo de sacerdotes de sólida formação para a pastoral das populações ribeirinhas e para a catequese indígena. A música sacra a ser cultivada nesse templo deveria estar naturalmente de acordo com os ideais restauradores. Assim, para as celebrações, o navio-igreja possuiria um órgão, instrumento pouco encontrado nas igrejas e capelas da região, representando uma singular atração para os habitantes de povoações menores e para os índios. Assim, o órgão deveria vir a ser um agente da cura de almas e da reforma das expressões da religiosidade e do trabalho missionário.
Imigração européia e colonização do Amazonas É sob este pano de fundo que deve ser considerado também o empenho de Santa-Anna Nery por questões relacionadas com a imigração ao Brasil e com o povoamento da Amazonia. Assim, já em 1885, Santa-Anna Nery lançava, em Belém, o projeto de fundação da Sociedade Paraense de Imigração. Esse ano de 1885 foi marcado por duas ações de grande relevância para os estudos relacionados com o Brasil na Europa: a publicação do Le Pays des Amazones e a realização de uma conferência sobre poesia popular brasileira no Instituto Rudy. Essa palestra viria a constituir o fundamento do primeiro livro sistemático dedicado ao folclore brasileiro a ser publicado na Europa e no qual o seu autor daria também particular atenção à cultura indígena.
Estudos brasileiros e apologia da Amazônia
Importância particularmente relevante para os estudos culturais assume a publicação Le Pays des Amazones, LEl-dorado, Les Terres a Caoutchouc, impresso em Paris, em 1885.
O próprio Santa-Anna Nery salienta o significado da sua obra como produto da experiência de um autor nascido na região e que esteve em condições de estudá-la na sua "harmoniosa unidade". Também a cultura indígena surge, assim, integrada nessa unidade que o autor percebia existir na Amazônia. Aliás, um dos grandes problemas da literatura dedicada ao Amazonas residiria justamente na consideração isolada dos vários aspectos da realidade regional. A diversidade de enfoques causada pela formação e pela visão particular dos vários viajantes e estudiosos levara à formação de um quadro de elementos desintegrados, caracterizado apenas pela multiplicidade, não pela necessária unidade na diversidade e diversidade na unidade: "La plupart des auteurs qui ont composé des livre sur lAmazonie se trouvent dans ce cas. Le savant nenregistre que certaines particularités de la flore ou de la faune; le géographe ne relève que des données topographiques; le trafiquant nest attentif quaux phénomènes de la production; lhomme de lettres se contente dexploiter le pittoresque en vue de ses descriptions. Aucun deux nétudie le pays dans son entier, dans son harmonieuse unité". (op.cit. XIV)
O livro é aberto por uma carta do Barão de Hübner, que já havia estado no Brasil e que salienta a oportunidade da publicação numa época em que o Brasil, tentando transformar o seu trabalho nacional, procurava o braço, o espírito empreendedor e os capitais do Velho Mundo. O prefácio de E. Levasseur salienta a relevância do livro para o estreitamento dos velhos laços existentes entre o Brasil e a França. A publicação era situada na atualidade do conflito franco-germânico da época: o próprio autor pergunta-se se Bismarck, percorrendo o grande rio brasileiro, não se envergonharia do seu córrego brandeburguês (!). Um dos objetivos de Santa-Anna Nery foi o de divulgar a idéia de estabelecimento de um museu amazônico em Paris como um centro de estudos para cientistas e artistas, além de um estimulante à emigração. Apesar da manifesta função apologética da publicação, o trabalho encerra valiosos dados etnográficos - também pela inclusão de mapa preparado por Raymundo A. Nery e Benardo Ramos.
Nous voulons que l'on sache un peu partout en Europe, où nous demeurons, ce que nous sommes et à quoi nous employons notre intelligence et nos bras. Nous voulons apprendre à nos amis de France ce qui se passe aux frontières de leur Guyane, quels trésors sont ouverts à leur travail et à leur activité, s'ils consentent à unir leur forces à nos forces, leurs capitaux à nos capitaux pour exploiter le sol amazonien et partager pacifiquement avec nous le climat glorieux dont parle avec envie l'Anglais Bates.
Après La Condamine et Humboldt, après Castelnau et Agassiz, après Coutinho et Barboza-Rodrigues, après Creveaux, Wiener et tant d'autres, il reste à dire en un seul volume ce qu'ils ont mis en plusieurs; il reste à susciter des énergies, à enflammer des courages; il reste à imprimer la résolution de voir et de coloniser le plus beau, le plus riche, le plus fertile pays du monde, le pays du caoutchouc, l'El-Dorado légendaire, les terres vierges qui attendent la semence de la civilisation. (op.cit. XV-XVI)
Expressões culturais e religiosas do Amazonas: Sairé
Atenção particular merece a segunda parte da obra, com menção aos costumes e usos, onde o autor indica a existência de semelhanças entre as tradições européias da Amazônia e aquelas da França. Dá atenção sobretudo à mistura do sagrado e do profano nas festas de Santo Antonio, São João e São Pedro. Essas festas seriam de origem ariana e o culto de Agni, o fogo criador, estaria associado àqueles santos venerados no mês do solstício. Tradições realmente originais se encontrariam no povo propriamente dito da Amazônia, ou seja, entre os descendentes dos indígenas, que cultivariam um catolicismo mesclado de fetichismo. Aqui, as festas e as cerimônias cristãs seriam mais corrupções ou, melhor, desenvolvimentos de antigos usos pagãos. Segundo o autor, sobretudo a festa do "sairé", embora grotesca, representaria um resumo alegórico de profundo conteúdo simbólico dos principais pontos do dogma católico. A descrição pormenorizada do sairé representa o ponto de maior interesse da obra de Santa-Anna Nery para a pesquisa musical. Ela é baseada em estudo de M. Barbosa Rodrigues e encontra-se no capítulo IX da obra de Santa-Anna Nery, dedicado ao culto e aos ritos religiosos. Ao lado de Barbosa Rodrigues, Santa-Anna Nery baseia-se, quanto aos mitos que considera, por exemplo quanto à serpente de fogo Mboitatá, protetora da floresta, em estudo do americanista José Verissimo de Matttos de título "A Religião dos Tupys- Guaranys", publicado na Revista Brazileira. Do sairé, o autor guardava lembrança viva da sua infância. Segundo ele, tal tradição poderia ser explicada mais pelas teorias que supunham a permanência de remotos substratos da cultura do que pela doutrina católica, uma vez que pouco se coadunava com a severidade das solenidades da Igreja. O sairé é descrito por Santa-Anna Nery como sendo a designação de um semi-círculo de madeira, de um metro e quarenta centímetros de diâmetro. Nesse semi-círculo, inscrevem-se dois outros semi-círculos menores, que se tangenciam e que repousam suas extremidades sobre o grande diâmetro. O autor comparou essa estrutura sólida com uma janela romana geminada. Do ponto de tangência dos dois semi-círculos se eleva, perpendicularmente ao diâmetro do grande semi-círculo, um raio que ultrapassa a circunferência e que termina por uma cruz. Os dois semi-círculos menores têm também os seus raios perpendiculares ao diâmetro e são ornados igualmente por uma cruz. Esses arcos são envoltos de algodão desfiado e deles pendem pequenos vidros, doces e frutas. Toda a narrativa bíblica do Dilúvio estaria contida nessa representação simbólica. O grande círculo representaria a arca de Noé, os pequenos vidros significariam a luz do dia, os doces e os frutos significariam a abundância que reinava na arca; o algodão e o tamborim representariam a espuma e o ruído das ondas do dilúvio; o movimento que se imprimiria ao sairé lembraria o balanço da arca sobre as águas. Os três círculos representariam ainda as três pessoas da Trindade e as três cruzes seriam a imagem do Calvário. Quando os índios já catequizados festejavam algum santo, colocavam o sairé ao pé do altar. Levantavam um telhado de palha em frente da casa, colocavam mesas e todos se preparavam para a dança e para os festins. No dia da festa, transportava-se o sairé da casa para a igreja. A ordem da procissão era a seguinte: à frente, um índio carregava a bandeira, na qual estava representado o santo venerado. Em seguida, vinha o "sacrossanto" sairé. Três velhas índias, vestidas com os seus melhores trajes, o seguravam no ar pelo diâmetro. Uma jovem balançava o grande cordão do sairé, enquanto que, a seu lado, uma companheira agitava o tamborim sagrado, enfeitado de fitas de cores vivas. Seguia-se o cortejo das mulheres, e os homens fechavam a procissão. Durante o trajeto, em intervalos regulares, as velhas índias pendiam o sairé para a frente e para trás, dando-lhe um movimento circular expressivo. Durante todo o tempo, a jovem com o tamborim tocava e dançava, de acordo com o rítmo da voz e dos cantos. A melodia era triste e monótona. As palavras eram ingênuas e impregnadas de esperança da vida futura. O refrão era em português, a antífona, em tupi. Diziam: "Jesus foi batizado nas pias batismais de pedra", e o coro respondia: "E Jesus e Santa Maria", "Santa Maria é uma mulher bela, seu filho é como ela, ele está nos altos céus, sobre uma grande cruz, para guardar as almas". (Santa Maria, cunãn puránga, imembóira iauérá iuaté pupé, oicou curussá uassú pupé, ianga turama rerassú") O coro repetia: "E Jesus e Santa Maria".
Artes, ciências, música e danças indígenas
Atenção deve ser dada também ao capítulo VII da obra de Santa-Anna Nery, dedicado às artes e às ciências, pois contém um ítem especial a respeito da música e da dança dos índios. O autor resume as opiniões de M.J. Barbosa Rodrigues. A argumentação a respeito da natureza triste do índio baseia-se na morna tristeza do ambiente natural, em cuja grandeza o homem se sentiria demasiadamente pequeno. Assim, os cantos e danças indígenas seriam lúgubres para o observador.
Também o tapuio, o índio vencido, exprimiria na música e nas danças as suas dores e o seu desespêro. Tanto nos cantos guerreiros como nos cantos festivos, os índios chorariam o passado, lamentando a liberdade perdida. Haveria, porém, notas vibrantes e heróicas que rememorariam os prodígios dos velhos guerreiros. Em geral, porém, os indígenas não conheceriam os arroubos alegres, apenas o delírio provocado pelo álcool. Esses arroubos representariam uma espécie de frenesia onde se misturavam as convulsões da dança e os grotescos cantos. O autor salienta os tabus relacionados com as mulheres, não admitidas às porassés masculinas. Só os homens seriam yerokiáras, os guerreiros-dançarinos. Todos os sofrimentos da vida, os feitos dos ancestrais, as marchas forçadas, as lutas, as perseguições, o cativo, tudo isso seriam assuntos a serem representados nas danças mímicas. As mulheres possuiriamm o seu neengara, a sua canção patriótica selvagem, na qual transmitia-se o marandyba, a história das grandes guerras. A "bacanal feminina" seria muito enérgica. Os índios acompanhavam freqüentemente as suas danças e cantos com instrumentos de música. Esses instrumentos podiam ser classificados em instrumentos de festa e em instrumentos de guerra. Conheciam apenas instrumentos de sôpro e de percussão. Todos os instrumentos de música marcial seriam de sôpro. Entre os instrumentos de festa, em geral de percussão, encontrar-se-iam alguns de sôpro, munidos de uma embocadura especial. Todos esses instrumentos se subdividiriam em mymbys, torés e maracás. O principal instrumento de guerra seria o mymby-tarara ou trompete dos Tupi, que tomaria diferentes nomes, de acordo com a tribo. É descrito como sendo uma espécie de trompa que, tocada como flauta transversal, horizontalmente, era feita de madeira forte e pesada de massarandiba. Ele daria um clangor agudo e duro. Consistiria em dois pedaços de madeira colados e cobertos de mechas de algodão, penas e uma grande variedade de ornamentos. Os valores de duração utilizados seriam em geral curtos. Os torés serviriam sobretudo para a dança. Haveria dois tipos: o ken e o ufua, com a mesma forma mas diâmetro diverso. Eram feitos de taquára-assú e produziam sons roucos e lúgubres. Os maracás descritos por Santa-Anna Nery eram feitos de cabaça pintada de negro e enfeitada com desenhos. Outros maracás pareciam ser grandes cabeças, feitas do fruto seco da Thevetia variifolia. Muitas vezes os índios traziam os seus maracás presos à cintura. O autor salienta um instrumento que era para ele muito melodioso e feio, o famoso chicuta dos índios Pariquys do Jatapú, afluente do Uatumá. O chicuta era feito de Yriartea setigera (Martius). Tocavam-se dois chicutas simultâneamente: um produzia sons graves, o outro, agudos. Os chicutas mediam de seis centímetros a um metro de comprimento. Ao som desse instrumento, os Pariquys executavam a sua dança mais original, a dança dos animais. Os participantes deviam reproduzir nos cantos os gritos dos animais e imitar os seus gestos, tais como a serpente sucuriú e o tamaquaré. Essas danças bizarras só poderiam ser comparadas com as danças do Jurupary dos índios Uaupés, praticadas ao som de uma dúzia de torés. Os instrumentos eram considerados sagrados e não podiam ser vistos por mulheres. Entre as ilustrações da obra de Santa-Anna Nery, deve-se salientar a intitulada "torès", com instrumentos musicais, a de um "trompette indienne", a de título "mimby", com instrumentos musicais, e as gravuras de um maracá e de um cotecá, todas elas reproduzindo desenhos da Revista da Exposição Anthropologica Brazileira (Rio de Janeiro, 1882); um instrumento musical aparece também na gravura de um missionário junto aos índios, baseada em fotografia original. Para Santa-Anna Nery, entre os povos jovens, os gritos e a dança viriam de encontro à pobreza do idioma, emprestando-lhe seus recursos expressivos. Essa concepção fundamentava por meio da analogia da idade das nações com a do ser humano. À medida que as nações envelheceriam e conquistassem a calma da experiência, os músculos tenderiam ao repouso; o corpo tornar-se-ia mais sóbrio, já não tendo tantas demonstrações violentas; o discurso ganharia em recursos, as sensações se transformariam em sentimentos e os pensamentos tornar-se-iam mais refinados. A civilização excessiva levaria porém que os corações se tornassem impassíveis, as cabeças frias e os membros rígidos. Esse fenômeno poderia ser estudado entre os índios que já tinham entrado em contacto com a civilização dos brancos. Tanto na dança como na religião teria ocorrido apenas uma adaptação dos costumes estranhos. As danças teriam permanecido, só a sua "petulância" fora modificada. O autor cita, como exemplo, uma descrição de Agassiz da coreografia moderna dos índios do Amazonas.
Primeiro livro de Folclore Brasileiro publicado na Europa
Em 1889. Santa-Anna Nery publicou, em Paris, Folk-Lore brésilien, com prefácio do Príncipe Roland Bonaparte, de renome pelos seus conhecimentos de assuntos antropológicos e etnográficos. Baseado em conferência pronunciada quatro anos antes, o livro foi motivado pela fundação, em Paris, da Sociedade de Tradições Populares, para cujo quadro social o autor fora convidado. Nesta obra de divulgação, sem propósitos científicos ou documentais, o autor dedica uma parte à poesia, música, danças e crenças indígenas. Em capítulo especial, trata da música e dos instrumentos musicais, entrando em pormenores a respeito da dança do Sucuriju, da dança do Tamaquaré, da festa do Jurupari, da música no processo de iniciação dos pajés e da dança do sapo. Essa obra assume particular interesse para os estudos musicológicos sobretudo devido às doze peças musicais nela incluídas, sendo uma delas um canto indígena. Na anotação desses exemplos, o autor teve a colaboração do pianista e compositor brasileiro Brasílio Itiberê da Cunha (1846-1894), amigo de Franz Liszt e Anton Rubinstein. Em viagens que realizou ao Brasil em 1882, 1885 e 1887, o autor coletou grande quantidade de novos materiais e documentos. Santa-Anna Nery formou uma coleção de instrumentos musicais, entre eles caracaxás, - descrito como cilindro oco de bambu raspado com um pedaço de pau -, numerosos maracás, membis ou flautas feitas de tíbias de animais. No seu prefácio, Roland Bonaparte procura justificar o excepcional pêso dado aos indígenas na obra: "À primeira vista, estaria tentado a reprovar-lhe haver dado espaço tão largo às tradições de origem indígena. Mas sabe-se hoje qual a importância que se dá a este ramo da mitologia. Andrew Lang e seus discípulos, com efeito, supõem que o elemento irracional contido nos mitos é tão-somente a sobrevivência dum estado do pensamento que foi outrora muito comum, para não dizer universal, que só se encontra entre os selvagens e, até certo ponto, entre as crianças". Para o autor, os índios não seriam nem seres embrutecidos, sem sombra de poesia, como o queria Saint-Hilaire, nem guerreiros sublimes, como os via Gonçalves Dias. Como todos os oprimidos, seriam profundamente tristes, dissimuladores e desconfiados, olhando o branco sempre como traidor, evitando-o. Para vê-los tais quais são, dever-se-ia passar como um dos seus. Então, eles se mostrariam o que eram: generosos, prestativos, inteligentes, bravos e pensativos. Eles convidariam então para suas poracés e mostrar-se-iam como yerokiaras, os dançarinos guerreiros, cuja mímica traduz a história da tribo, seus triunfos e derrotas. Nessas festas, as mulheres não seriam admitidas; as narrativas seriam simplesmente faladas ou gesticuladas, às vezes dando-se a elas acompanhamento de instrumentos musicais. A imaginação representaria grande papel entre os indígenas, como o demonstram suas concepções poéticas, seus sonhos melancólicos e suas visões. Fato estranho para uma raça que se supunha saída da barbárie ou de uma raça decaída da sua grandeza primitiva. Santa-Anna Nery era antes a opinião de José de Alencar, segundo o qual o tronco da raça americana seria o Adão da Bíblia, o homem vermelho feito de argila. Esta não seria degeneração de outras, mas, ao contrário, todas teriam uma origem comum e o Brasil seria o berço da humanidade. O autor considerou o uso de instrumentos musicais no contexto de superstições de índios cristianizados. Uma delas seria o de tocar uma espécie de trombeta de bambú para chamar o vento quando navegavam. Estudou um grupo de indígenas cristão que perambulavam angariando fundos para a festa de São Tomé, o apóstolo dos índios, acompanhados ao som de tamborins ornados de fitas e caracaxás. Considerou também a cantiga de ninar que envocava o macaco acutipuru, e a sua variante civilizada, o Murucututu. Apesar de toda a simpatia que demonstrava para o índio e sua cultura, Santa-Anna Nery, certamente devido à sua formação de seminarista, não escondia a sua aversão pelo pajé e pelos seus encantamentos. Para ele, os pajés se ocupariam em semear corrupção, lançar os primeiros gérmens da superstição e incentivar a luxúria. Eles seriam responsáveis pela histeria de mulheres, que se manifestava pelo grito acauã. Moralista, Santa-Anna Nery aproveitava essa menção à histeria para criticar o lundum, perguntando se também os "possuídos" do lundum não seriam histéricos. Nas suas observações relativas às lendas populares e à interpretação de assuntos bíblicos e de festas religiosas, Santa-Anna Nery baseava-se nas publicações às quais tinha acesso e naquilo que ouvira da tradição oral. Assim, reproduz dados relativos ao culto mariano da Virgem da Nazaré e à crença que o seu desrespeito causaria peste, de Antonio Pádua Carvalho, jornalista do Diário de Notícias. Mencionou crenças relativas ao Tamandaré, o Noé indígena, e ao Dilúvio, inspirado pela leitura de O Guarani de José de Alencar (Rio de Janeiro, 1868, 4a. edição). Ouviu de índios catequizados a estoria de "Os marimbondos", uma narração do pecado original que pesa sobre os homens, o que provaria a influência do ensino dos primeiros missionários. No estudo da cultura musical indígena, Santa-Anna Nery partia fundamentalmente da linguagem. Na sua obra, reproduz trecho de A. de Saint-Hilaire, que recolhera três pequenas canções dos Botocudos do sul do Brasil e uma dos Macunés. Ouvira cantar pelos indios do Amazonas uma canção entoada nas danças, respondida pelas mulheres. Com base em fragmento gravado na memória, Santa-Anna Nery ofereceu aos leitores o exemplo musical incluído na sua obra. Nas suas considerações musicais, baseava-se também e sobretudo na obra de Couto de Magalhães. Assim, reproduziu traduções desse autor do canto de amor da filha da natureza, da invocação a Rudá, o Deus do Amor. Também considerou os cantos bilingües coletados por Couto de Magalhaes como prova da influência da poesia dos brancos no espírito indígena. Também nessa obra, Santa-Anna Nery salientou aquela que considerava a mais original das danças indígenas: a dança dos animais dos índios Pariquis (Parecis), executadas ao som de dois chicutás, na qual os gritos, os gestos e o modo de andar dos animais eram imitados, em particular as ondulações da cobra d'água, a sucuriju. Santa-Anna Nery forneceu dados novos a respeito do mistério do Jurupari com base em informações que recebera dos indios do Rio Negro. Jurupari não seria simplesmente o diabo. O nome teria uma significação muito mais ampla e variável. Parece que designara primitivamente o guerreiro vencedor da tribo das Amazonas. De um lado, surgia como um gênio do mal, um espectro; ao mesmo tempo, designava um "paramento sagrado", uma vestimenta feita de fibras da palmeira tururi ou de pele de macaco. O nome também surgia na denominação de diversos instrumentos de música e, particularmente, de uma espécie de longa trombeta feita de paxiúba, assim como de uma festa onde figurava a máscara de pele de macaco: o Dabucuri. De seus estudos, Santa-Anna Nery tirou conclusões que representavam uma súmula de seu pensamento. As expressões culturais indígenas seriam locais, apesar de possíveis aparências contrárias. Dever-se-ia rejeitar a idéia de que tivessem vindo de outras culturas, nada mais sendo do que empréstimos. O que haveria de comum entre as tradições indígenas e aquelas de outras culturas seria a manifestação de uma base comum da humanidade. Pois o que seria verdadeiro para o pensamento individual o seria também para o coletivo. Colocados em meios análogos, em circunstâncias idênticas, todos os povos sonhariam da mesma maneira e dariam a seus sonhos a mesma forma e expressões similares. A existência de semelhanças não significaria, necessáriamente que estas representassem meras importações.
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